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27 de junho de 2010

Ferrolho no edificio da Cadeia da Relação - Porto

Campo Martires da Pátria - Porto

Criada em 27 de Julho de 1582, o Tribunal da Relação do Porto, por falta de instalações próprias, começou por funcionar na Antiga Casa da Câmara, instalada na Rua de São Sebastião, no edifício que, por esse motivo, passou também a ser conhecido por Paço da Rolaçon.
O edifício, considerado enorme, custou tanto dinheiro que durante o tempo da sua construção não foi feito mais obras na cidade. No entanto, deve ter sido mal construído porque no dia 1 de Abril de 1752, em Sábado de Aleluia, ruiu completamente e a Relação regressou às instalações da Câmara Municipal.
Uma nova casa para a sede da Relação e da Cadeia começou a ser construída sobre os escombros da anterior, em 1765, por iniciativa do regedor das Justiças e governador das Armas do Porto, João de Almada e Melo, segundo uma planta elaborada para o efeito pelo engenheiro e arquitecto Eugénio dos Santos que foi um dos intervenientes na reconstrução da Lisboa pombalina.
A obra custou 200 contos de réis, durou trinta anos, pois só ficou concluída em 1796. Albergou a sede do Tribunal da Relação e serviu de cadeia até aos nossos dias.
É um dos edifícios de referência na história do Porto. As enxovias tinham nomes de santos: Santo António, Sant'Ana, para homens; Santa Teresa para mulheres; e Santa Rita para menores. A prisão oficina estava sob a protecção do Senhor de Matosinhos e as prisões de castigo tinham por patrono São Vítor. Havia ainda os salões (do Carmo e de São José) para homens e mulheres. Diferenciavam-se das celas por terem o chão de madeira mas pagava-se para ficar neles - 1$500 réis.
Na sala do tribunal havia uma capela porque as Ordenações do Reino determinavam que "o governador acolherá um sacerdote, que em todos os dias pela manhã, diga missa na casa da Relação, no oratório ou lugar que para isso se ordenar..." Os presos ouviam a missa das grades das prisões e corredores que davam para o saguão. Mas como não havia, mesmo assim, capacidade para tanta gente, a missa era num Domingo para os detidos de determinadas celas e no outro Domingo para os das outras prisões.

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