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8 de janeiro de 2012

Orgão do Mosteiro de Arouca

Av. 25 de Abril, Arouca - Portugal

De acordo com as fontes documentais, foi fundado na primeira metade do século X, como um pequeno mosteiro habitado por uma comunidade religiosa sob a invocação de São Bento de Núrsia.
Recebeu carta de couto no século XII, período que definiu o carácter de centralidade deste cenóbio na vida política e administrativa da região. Desde 1154 passou a ser habitado apenas por religiosas.
A sua importância revigorou-se com o padroado da Beata Mafalda de Portugal, efémera rainha de Castela, que aqui viveu entre 1220 e 1256. Filha de Sancho I de Portugal e de Dulce de Aragão, em 1215 foi celebrado o contrato de seu casamento com Henrique de Castela. Diante do falecimento deste, porém, com 13 anos, Mafalda regressou a Portugal sem que o casamento se houvesse consumado, mas com o título de rainha. Seu pai, doou-lhe o Mosteiro de Arouca. Mafalda faleceu em 1 de maio de 1256, e encontra-se sepultada em Arouca.
Em termos materiais, foram muitas as dádivas do seu erário que transitaram para o domínio da instituição e terá sido por sua vontade que a comunidade monástica adoptou, em 1226, a regra de São Bernardo de Claraval, sendo como mosteiro cisterciense da ala feminina que se registaram os principais passos da sua história.
Ao longo de sua existência secular, o mosteiro viveu períodos de grande desafogo económico que, de algum modo, se reflectiram na procura de peças artísticas de grande qualidade, boa parte das quais ainda se mantêm.
Na época moderna o conjunto foi reconstruído e ampliado desde o final do século XVII. Um grande incêndio destruiu grande parte do mosteiro em 1725, tendo os trabalhos de reconstrução se estendido até aos últimos anos do século XVIII, conferindo-lhe a sua actua feição. Entre os artistas que contribuíram para o seu brilho, destacam-se Diogo Teixeira, Carlos Gimac e Miguel Francisco da Silva.
Mafalda foi beatificada em 1792.
Com a extinção das ordens religiosas no país (1834), o convento e todo o seu património passaram para o Estado Português. Às freiras que viviam no convento manteve-se o direito de residência até ao falecimento da última, que ocorreu em 1886. A partir de então, os seus bens transitaram para a Fazenda Pública, abrindo-se um período de utilizações diversas deste amplo conjunto edificado. Manteve-se, contudo, o espólio artístico, recolhido no Museu de Arte Sacra, entretanto aí instalado.
Da construção original apenas chegaram até nós algumas pedras aproveitadas numa parede do edifício dos séculos XVII e XVIII.
Em nossos dias o IPPAR tem vindo a proceder a pequenas obras de recuperação e restauro, indispensáveis e preparatórias da grande empreitada em agenda, e que visa modernizar o Museu de Arte Sacra, implementar um modelo de gestão que garanta a qualidade e a continuidade dos serviços a prestar, e dar novo impulso ao Centro de Estudos, constituído em torno do espólio documental de D. Domingos de Pinho Brandão.

Esta foto foi tirada no final das obras do ultimo restauro do órgão (ver canto superior direito) de tubo do Mosteiro, tendo sido investidos 380 mil euros, e cujo concerto de inauguração desse restauro teve lugar em Maio de 2009, Arouca ficou mais valorizada no seu património e com excelentes condições para promover eventos culturais com este rara peça da organaria portuguesa.




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