NOTA: A quem consulte e aprecie este blogue e possa contribuir com comentários, críticas ou correcções têm a minha consideração.
Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.

Obrigado.

26 de julho de 2012

Brasão dos "Sousa e Silva" - Porto

Rua das Flores, 79/83, Vitória, Porto - Portugal

Este belo brasão figura na fachada do prédio, na esquina da Rua das Flores com a Rua de Ferraz. Inicialmente o edificio pertenceu a esta familia portuense - familia Ferraz.
O edificio foi construido no séc. XVI, tendo passado como residência para a familia, os Sousa e Silva. Possuía uma capela privativa da qual hoje apenas resta uma cruz e a sineira de ferro.
O brasão provavelmente terá pertencido a outra casa, de onde terá sido removido para esta, que é de construção posterior a 1703, tendo como particularidade de uma pedra de armas conter uma data.
A sua classificação é de heraldica de família, com escudo francês ou quadrado, esquartelado, com I e IV - Sousa (de Arronches) e II e III - Silva.
Tem o timbre de Sousa e um elmo com grades e com paquife.

22 de julho de 2012

Fonte da Natividade e do Pelicano - Porto


Palácio de Cristal, Rua Julio Dinis e Rua D. Manuel II, Massarelos, Porto - Portugal

No séc. XVIII, a fazer fé numa planta topográfica da época, a chamada Fonte da Natividade, tantas vezes referida pelos historiadores do Porto, situava-se onde agora está a Casa Navarro. Precedera-a uma outra fonte, a da Arca, muito antiga mandada fazer na parte do vasto Campo das Hortas, para aproveitamento das águas de três ribeiros que sulcavam aquelas hortas e andavam perdidas à flor da terra. (……)
Voltemos à fonte. A primitiva Fonte da Arca funcionou, até 1608, na parte oriental do campo das Hortas. Setenta e quatro anos depois uma nova Fonte da Arca começou a ser reedificada (o termo é da Câmara), mas no lado oposto aquele em que primitivamente havia funcionado. Quando ficou pronta, em 1682, a nova fonte passou a denominar-se Fonte da Natividade por causa de uma imagem de Nossa Senhora desta invocação que alguns comerciantes locais, mais devotos, haviam colocado num nicho aberto no frontispício da fonte.
O historiador Henrique Duarte e Sousa Reis, nos seus “Apontamentos para a verdadeira história antiga e moderna da cidade do Porto”, escritos em 1865, descreve aquele nicho ou oratório, da seguinte forma: “No terceiro corpo que constitui a fábrica da fonte, está montada uma sacada com grade de ferro e duas grandes lanternas nos cantos, nas quais se queimavam luz em honra de Nossa Senhora da Natividade. Serviam de remate a esta construção, no centro e parte superior do oratório, as armas da cidade, das quais se ramificavam grinaldas e festões vistosamente trabalhados em granito”.(……)
Quando D. Pedro IV entrou no Porto, á frente do exército libertador, em 9 de Julho de 1832, dirigiu-se imediatamente à Câmara, que funcionava num edifício da então chamada Praça Nova e logo ali tomou uma resolução: mandar destruir a Fonte da Natividade para possibilitar o alargamento da praça. Assim aconteceu. O brasão da cidade e as grinaldas que emolduravam o frontispício da fonte foram embelezar a fachada do palacete da praça onde funcionava a Câmara. Esse belíssimo conjunto, uma excelente obra de granito trabalhado, está hoje no espaço conhecido por Roseiral, no Palácio de Cristal. Também lá está a Fonte do Pelicano, um curioso chafariz que existia no pátio interior da mesma casa onde esteve a Câmara.

Germano Silva, 22/7/2012 – JN




19 de julho de 2012

Brasão Episcopal - Porto

 

Claustro da Sé do Porto, freguesia da Sé, Porto - Portugal

Diogo de Sousa (c. 1461-1532) foi bispo do Porto de 1496 a 1505 e de seguida arcebispo de Braga desde essa data até à sua morte.
D. Diogo de Sousa, nasceu provavelmente em 1461, fez os seus estudos preparatórios em Évora e completou-os superiormente nas universidades de Salamanca e de Paris, onde se doutorou.
Foi Deão da capela real de D. João II de Portugal, participou nas embaixadas de obediência ao Papa Alexandre VI e Júlio II e foi capelão – mor da rainha D. Maria, segunda mulher do rei D. Manuel. Foi ainda, bispo do Porto, tornando-se arcebispo de Braga em 1505, quando reinava D. Manuel.
O Papa Júlio II, endereçou ao Cabido Bracarense e aos súbditos da Igreja de Braga no dia 11 de Julho de 1505 uma Bula, Hodie Venerabilem para que reconheçam e obedeçam a D. Diogo de Sousa como seu Arcebispo.
Foi pela sua acção notável que a cidade rompeu a cintura de muralhas medieval, e se alargou extra-muros. Construiu, fora das muralhas uma nova cidade, com novos e arejados espaços que perduram até hoje. São da sua responsabilidade o Campo dos Remédios (Largo Carlos Amarante), Campo da Vinha (Praça Conde de Agrolongo), Largo das Carvalheiras e Avenida Central. Também mandou abrir novas ruas e até uma nova porta da cidade, o Arco da Porta Nova. Construiu novas igrejas fora de muros como a Senhora-a-Branca.
Na Sé de Braga, é responsável pela construção da actual capela-mor e também dos túmulos dos pais de D. Afonso Henriques (primeiro rei de Portugal), D. Henrique de Borgonha, conde de Portucale e D. Teresa de Leão.
Considerando a ignorância um mal, empenhou-se em instruir o clero e fundar um grande colégio. Para tal, aconselhou o rei D. João III a fundar este grande colégio nas cidades de Braga ou do Porto, devendo este ser dotado de mestres de teologia e de todas as artes e ciências. Para este fim auxiliaria o rei caso escolhesse Braga. Em 1531, fundou finalmente o colégio de S. Paulo, sendo o ensino grátis para toda a pessoa que quisesse aprender que fosse da cidade ou de fora.
Como bispo do Porto, ordenou a impressão das Constituições e os Evangelhos e Epístolas com suas Exposições em Romance, ambas as obras impressas no Porto em 1497, por Rodrigo Álvares.
D. Diogo de Sousa foi, sem dúvida, um grande protector das artes e das letras e um espírito iluminado e empreendedor no seu tempo.
Morreu a 19 de Junho de 1532 e está sepultado na Capela de Nossa Senhora da Glória, na Sé de Braga.

15 de julho de 2012

Postigo - Porto

Rua da Reboleira, nº 56, S. Nicolau, Porto - Portugal

Exposição em Paredes - "Paredes através da história"


Caros amigos, bloguistas e a todos que consultam este blogue

Convido toda a gente a visitar outra amostra fotográfica do Concelho de Paredes, sendo mais diversificada, por expor as 24 freguesias do concelho, e menos densa que a anterior apresentada em Baltar. Com as festas da cidade aproveitem para visitar e relembrar alguns episódios, acontecimentos e aspectos da vida mundana das épocas dos nossos pais e avós. Aproveitem, vale sempre a pena....

Aproveito para expor algumas referencias de documento camarário sobre a exposição:

Edifício da Câmara Municipal acolhe, entre os próximos dias 14 a 31 de julho, exposição de fotografia que retrata a história, os costumes e as tradições das 24 freguesias do concelho
Mostra inclui ainda um importante conjunto de documentos históricos, como a Carta Régia da Elevação de Paredes a Vila, assinada pela Rainha D. Maria II em 1844 ou a Monografia de Paredes escrita por José do Barreiro em 1922
A Câmara Municipal de Paredes promove, entre os dias 14 a 31 de julho, uma exposição de fotografia intitulada “Paredes através da história”.
O objetivo desta iniciativa, que reúne cerca de 450 fotografias pertencentes ao arquivo municipal da Câmara, juntas de freguesia e particulares, é percorrer a história, os costumes e as tradições de cada uma das 24 freguesias do concelho, desde o início do século XVIII à atualidade.
O trabalho de recolha e pesquisa de imagens implicou quase meio ano de trabalho, mas o resultado é a maior exposição de fotografia alguma vez realizada no concelho, com testemunhos únicos da história de Paredes ao longo dos últimos três séculos.
Além deste valioso arquivo fotográfico, a exposição será enriquecida com alguns dos mais importantes e históricos documentos do arquivo municipal da autarquia, como a Carta Régia da Elevação de Paredes a Vila, assinada pela Rainha D. Maria II em 1844, o Livro de Registo de Testamentos do Concelho de Paredes de 1837, a Ata da 1a Sessão de Câmara realizada a 15 de fevereiro de 1837 ou a Monografia de Paredes escrita por José do Barreiro em 1922.
Fazem ainda parte deste extenso arquivo histórico o Foral de Baltar (1515), o Livro de Depósito das Sizas dos Bens de Raiz do Concelho de Aguiar de Sousa (1825), álbuns fotográficos do século XIX e o registo da inauguração do Palácio de Justiça de Paredes (1986).
Nesta original abertura do arquivo municipal à sociedade, estarão, igualmente, expostos alguns dos mais valiosos objectos da colecção particular de Manuel Cunha, como uma ponta de lança do período do “Bronze Final”, uma espada do século XVII ou uma caderneta militar de 1917.
A abertura da exposição acontece no próximo sábado, dia 14 de julho, pelas 16h00, e conta com a participação especial do Grupo Cultural e Artesanal “As Lavradeiras da Cidade de Lordelo”.


11 de julho de 2012

Os "Cunha Pimentel" - Porto


Gaveto do Largo de S. Domingos, nº 73 com a Rua das Flores, nº 2, Sé, Porto - Portugal

Em tempos recuados a rua das Flores foi uma das preferidas pela gente no passado, pois numerosas são as residências que a documentam, algumas com as vistosas pedras de armas.
Por conhecimento, já em 1523, o Cabido da Sé do Porto aforou os chãos a Francisco Dias e sua mulher Grácia Lopes, assim como a João Ames e sua mulher Isabel Brás, que ali construiram umas casas.
Em meados do séc. XVI, pertenciam a Francisco Pereira de Miranda, capitão de Chaúl. Em 1699, uma neta do irmão daquele, D. Maria Luisa Pereira de Menezes e o seu filho D. Jorge Henriques Pereira, 8º senhor das Alcaçovas, venderam as casas a Jerónimo da Cunha Pimentel, da casa da Calçada (em Provesende). Pela morte de seus filhos, tornou-se herdeiro o irmão, Luis da Cunha Pimentel, que mandou colocar a pedra de armas no cunhal da fachada - um precioso brasão, do período nasoniano, onde se encontram esculpidas as armas da familia.
Em 1867, o seu bisneto, Jerónimo da Cunha Pimentel Homem de Vasconcelos, mandou reedificar a casa, encarregando-se da obra o mestre-pedreiro António Fernandes.
Em 1904, aqui nasceu o poeta Pedro da Cunha Pimentel Homem de Mello, tendo entretando a casa sido vendida no ano de 1918.
Actualmente é pertença da Santa Casa da Misericórdia do Porto, desde 1998.
O brasão, de heraldica de família, partido, com I - Cunha e II - Pimentel, e o elmo com paquife e timbre de Cunha.