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1 de maio de 2013

A medida "Côvado" e a "Vara" - Porto


Largo da Sé, freguesia da Sé, Porto - Portugal
A cidade do Porto teve a sua origem, aparentemente, na sua marginal do rio Douro, devido à grande circulação fluvial que daí se propiciava.
Ao longo dos anos e desde o nascimento de Portugal, que a cidade se foi protegendo de ataques provenientes do rio, passando a implantar-se num alto, Alto de Penaventosa, até porque nesse período Dª. Teresa, mãe de Afonso Henriques terá doado o couto a D. Hugo, seu grande amigo tendo este exercido o cargo de bispado e ficado a gerir a cidade. 
Como é do conhecimento geral, a Sé teve a sua evolução, quer na sua construção do seu símbolo edificativo, quer na área de influência que foi exercendo ao longo do tempo, isto é, com a construção de apoio religioso aos Cabidos e da própria habitação do Bispo.
Só recentemente, acerca de 70 anos, periodo do Estado Novo, que o largo da Sé se tornou amplo e visitável a toda a gente que visita aquele local, de forma a se destacar na paisagem urbana da cidade,  contudo nesse período o espaço era ocupado por construções, ruelas e vielas donde desde sempre se foram comercializados muitos produtos de utilização corrente, sendo um local de mercado e feira permanente, perdendo as feições medievais.
As transacções desde o séc. XII, faziam-se, ora directamente, ora através de medidoras que para medição necessitavam de se deslocar ao interior da sua habitação para medir o produto avaliado, gerando por isso duvidas e suspeições por quem adquiria o produto.
A Câmara, nesse tempo e após constantes suspeições e comentários decidiu estabelecer, por postura municipal, as medidas correntes cravadas na fachada da Sé donde se poderia visualizar melhor a compra do produto e acompanhar quem supervisionava essas medidas.
Conforme se pode visualizar na foto, encontram-se duas marcas no pilar da entrada principal correspondendo ao "meia-braça" e à "meia-vara", medidas utilizadas nessa época, para medir tecidos, fitas e linhas.
Num resumo breve, podemos dizer que o Palmo era a unidade-Padrão, com 22 cm. A partir desta medida subdividiu-se em "meio-côvado - 33 cm"; "meia-vara - 55 cm"; "côvado ou alna - 66 cm"; "meia-braça - 92 cm"; "vara - 110 cm" e a "braça - 184 cm". estas medidas nem sempre era as correctamente aplicadas, levando a crer que os pressupostos contemplavam estas medidas.

História:
O côvado:
A medida de comprimento que foi usada por diversas civilizações antigas. Era baseado no comprimento do antebraço, da ponta do dedo médio até ao cotovelo. Ninguém sabe quando esta medida entrou em uso. O côvado era usado regularmente por vários povos antigos que para os egipcios a medida equivalia os 50 cm e para os romanos 45 cm.
A vara:
Foi utilizada no Império romano, chamada "pertica" e equivalia a 10 pés de comprimento, aproximadamente a 2,96 metros.
Em Portugal, estas medias nem sempre correspondiam, conforme atrás descrito às medidas mencionadas. Até à introdução do sistema métrico, o Palmo era a unidade básica de medidas lineares, valendo 22 cm, enquanto que a Vara tomaria como 5 palmos de craveira, ou seja 1,10 metros.
O Côvado corresponderia a 3 palmos, isto é a 66 cm.

(agradecimento à "Porto Património Mundial" por incorrecções referidas no texto inicial, entretanto já adaptado)

1 comentário:

  1. o terreiro e respectivo pelourinho que hoje encontramos em frente à Sé do Porto foi obra do Estado Novo como forma de dar visibilidade e fazer destacar na passagem urbana da cidade o edifício da Sé. Perdeu-se, por esse motivo, a feição medieval deste espaço. Já agora, tal aconteceu nos anos 40 do século passado e ainda não fez 100 anos!

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