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29 de março de 2014

Dia Nacional dos Centros Históricos - ADPorto (1)


Arquivo Distrital do Porto
29/3/2014 
História e sua Origem (1)


Rua das Taipas, nº 90, freguesia da Vitória, Porto - Portugal



O Arquivo Distrital do Porto associou-se ao evento do Dia Nacional dos Centros Históricos, tendo-me brindado com uma visita nunca feita. 
O edifício da AdPorto, com entrada pela rua das Taipas não aparenta a excelência da dimensão e das condições funcionais e estruturais do seu interior. 
Faz parte integrante do antigo mosteiro beneditino, S. Bento da Vitória, que construído sobre a antiga judiaria contempla uma rica idade de 418 anos. A sua construção teve inicio em 1596 tendo sofrido múltiplas ampliações ao longo do tempo, tornando a sua construção de uma grandeza invejável. Devido à dimensão desta Ordem Religiosa, no País, e sempre apoiada em toda a sua estrutura pelos poderosos mosteiros envolventes da cidade do Porto, principalmente pelo mosteiro de Santo Tirso, transformando-a nesta cidade numa Instituição de enorme poder local.

Este mosteiro em 1809, com as invasões francesas foi convertido em hospital militar e em casa de reclusão. Em 1835, após o Cerco do Porto vai-se dar como extinta, com a extinção das Ordens Religiosas em Portugal, transformando-se num espaço abandonado por período de quase 100 anos e sem qualquer utilização até o ano de 1940.
Ainda nesse período, em 1922, o mosteiro sofreu um incêndio tendo sido afectado muita da documentação que se encontrava nele guardado. 
Serviu de tribunal e em 1945 o estado sediou o Arquivo Distrital neste actual espaço. 
A partir de 1985, com as obras de restauro, o IPPAR permitir a reintegração com a entrada de monges beneditinos para o respectivo apoio à sua Igreja, e na utilização e uso privativo de alguns espaços do mosteiro.
Cedeu também, à Orquestra Nacional do Porto, a área do Claustro Nobre para eventos, com acções culturais actualmente geridas pelo Teatro Nacional de S. João. 
Finalmente, com um terceiro espaço para implantação de uma área em que contemplasse todo o acervo do Arquivo Documental, instalando definitivamente o Arquivo Distrital do Porto.
O interior do Arquivo Distrital do Porto faz-se pela rua das Taipas, nº 90 donde desde logo se vislumbra todo o restauro realizado entre 1985 e 1990, pelos arquitectos Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro, e a sua preservação se mantém em muito bom estado e num asseio de louvar.
Deparamos logo à entrada, após o seu hall e de alguns degraus, com uma galeria interior que rodeia um espaço que serviu de claustros do mosteiro.
Este mosteiro, embora não único,  tem a particularidade de ter dois claustros em todo o seu conjunto edificado.
O principal, designado de Claustros Nobres, está afecto à Orquestra Nacional do Porto e faz-se pela entrada da rua de S. Bento da Vitória. 
Este claustro, de uso exclusivo do Arquivo Distrital do Porto, menos emblemático, tomou o nome de Claustro do Castro ou Claustro de Jericó, proveniente de Castro de Jericó.  
A partir desta área de ligação poder-se-à dirigir aos espaços de utilização publica e a espaços técnicos através dos vários pisos existentes. 
Temos uma cave onde permite a recolha de toda a documentação recebida periodicamente proveniente de outras entidades com a respectiva catalogação e verificação.
Os espaços, ao nível do claustro, coincidem com as áreas de uso publico, para consultas documentais, expositivas e culturais.
Nos pisos superiores e como zona de distribuição (ver foto) é visível um corredor com variadas portas a que correspondiam às antigas celas dos monges (portas à direita) e à esquerda por duas capelas, datadas de 1739 e 1740, de acessos múltiplos e a depósitos de arquivos.
A foto, corresponde actualmente ao piso 4 destinada exclusivamente à administração, com salas de reuniões e gabinetes. Com a mesma filosofia, no 3 piso, contemplam igualmente áreas destinadas a gabinetes para os seus técnicos (que correspondem a um total de cerca de 20 funcionários que fazem parte deste arquivo) e a áreas de depósitos de arquivos documentais.
No piso 5, para além de contemplar depósitos de arquivos também estão afectos espaços de laboratórios para tratamentos, conservação e microfilmagens.

Por fim, teremos de realçar alguns espaços (não visitáveis, com pena nossa!) e de outras cujas aparências aparentam a grandeza do mosteiro, por exemplo esta sala expositiva/polivalente, cujo espaço antigamente servia para refeitório da instituição clerical.
Por agora ficamos com esta apresentação da visita efectuada. Agradecemos a todos os técnicos que serviram de guia, em especial à Drª. Isabel Azevedo e ao Dr. Henrique, e a todo o corpo técnico especializado no tratamento e preservação documental que deram consultadoria gratuita a quem necessitasse e apresentassem duvidas sobre documentos pessoais.



Brevemente faremos uma abordagem mais técnica dos espaços.

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