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27 de fevereiro de 2015

Almocreve - Profissão em extinção ou já desaparecida


Dicionário: Almocreve
Individuo que transporta produtos em bestas de carga (em viagens periódicas ou não, entre diversas regiões, pelo interior do País)

Similar: Arrocheiro / Recoveiro / Arreiero /Azemel / Carregador
História:
Eram indivíduos que conduziam animais de carga com mercadorias, de uma terra para outra, em Portugal, a partir da Idade Média e até tempos ainda recentes - meados do séc. XX.
ano de 1955

Numa época de comunicações limitadas, os almocreves eram essenciais como elementos de comunicação intercomunitária e andavam de terra em terra, com horários e percursos bem definidos. 
Eram eles que distribuíam e trocavam produtos entre diversas regiões. 
Os almocreves tiveram uma relevante importância no desenvolvimento do comércio interno, pois andavam de terra em terra e de feira em feira comercializando produtos.
De igual modo levavam mensagens e encomendas como correio mais familiar,
Entre as rotas mais importantes, destacavam-se pelo transporte de produtos de maior abundância de determinada área territorial, como forma de compensação pela carência na região por onde circulava. Do mesmo modo se fazia no seu regresso com materiais de igual relevo entre esses locais.
Pode-se referir como exemplo entre o litoral para o interior, no transporte de peixe e no sentido inverso de cereais ou outros vegetais, frutos de maior produção, provindo do interior.
Outros produtos muito comercializados e transportados entre regiões são os casos do azeite, fazendas, animais domésticos, doçarias, panos e rendas, etc...
Infelizmente, de ano para ano esta profissão viu diminuído o seu campo de acção. Primeiramente, com o comboio, depois com o automóvel, tiraram àquela profissão grande parte da sua utilidade e predominância, quer pela quantidade a transportar, quer pela rapidez e pela preservação dos produtos transportados.
Esta profissão, embora extinta, não se julgue que se deixará de falar dela e como forma de recordá-la no futuro temos blogues e obras escritas que memorizam esta classe laboral.
Lembro que dois dos mais talentosos escritores das suas próprias épocas dedicaram as suas atenções ao almocreve.
Gil Vicente, no Auto dos Almocreves, e Aquilino Ribeiro, nos Malhadinhas, conto este que é a verdadeira epopeia da profissão.
Ainda José daniel Rodrigues da Costa, que gozou prestigio no seu tempo, com a publicação periódica O Almocreve das Petas, no final do séc. XVIII, e a designação caiu no gosto popular, porque ainda hoje se aplica às pessoas fantasiosas.
O Almocreve também já mereceu as honras do desenho. São os casos das gravuras publicadas na capa da edição da Estrada de Santiago, de Aquilino Ribeiro, por Alberto de Sousa, um painel de azulejo do séc. XVIII, existente na parede de um dos canteiros do claustro da faculdade de Letras de Lisboa, de azulejos da escadaria do colégio dos Borras, com a data de 1899-1707, reproduzidos por Alberto de Sousa na sua Obra O trajo Popular em Portugal nos Séculos XVI e XVII.
A palavra esqueceu, no seu usual significado, com o desaparecimento da profissão, vindo a ser designado por outras palavras com similutes da arte de transportar. 

retirados textos e informação de:
http://aldeiadosaivados.blogspot.pt
http://descobrirmaishistoria.blogspot.pt
http://arquivohistoricodamadeira.blogspot.pt
http://pt.slideshare.net

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